Xarabanda…

XARABANDA

ASSOCIAÇÃO MUSICAL E CULTURAL

INTRODUÇÃO

Em 1981, surgimos no panorama musical da Madeira como grupo “Algozes”, pelo qual passaram muitos dos nossos amigos. Conscientes da situação degradante quase irrecuperável de espécimes musicais da tradição oral madeirense, um objetivo que desde logo se impunha: dedicarmo-nos à recolha e inventariação dos mesmos, contribuindo para a preservação do nosso património musical. Nesse sentido, percorremos alguns concelhos de tenda e mochila às costas, calcorreando caminhos íngremes, na tentativa de recuperar o que ainda restava da nossa tradição oral.

Recorremos às nossas pequenas recolhas, à consulta de bibliografia, e em especial às importantes recolhas, que é justo referir, do Dr. António Aragão e prof. Artur Andrade. Estas últimas vieram provar que a Madeira, ao contrário do que pretendem alguns, pode orgulhar-se de possuir um vasto e variado património musical, quer seja profano quer seja religioso, não só de espécimes a capella (cantos de trabalho, cantigas de embalar, etc.), ou com acompanhamento de instrumentos musicais populares (cantigas de romaria, cantigas do mar, dos Reis, de Natal, etc.) como também da existência do próprio romanceiro, que se tradicionalizou, adaptado à realidade madeirense.

Julgamos que uma das condições a satisfazer no sentido da preservação da música tradicional será a sua própria divulgação nos meios populares.

Historia…

Os Xarabanda apareceram em 1981, sob o nome de Algozes – estando nessa altura conscientes da situação quase irrecuperável de espécimes do património musical madeirense – propuseram-se a uma missão obrigatória.

O grupo passou os 8 anos seguintes a promover por toda a Madeira e também fora dela as tradições musicais madeirenses, mesmo que em muitos casos, deparassem com muita resistência e indiferença face ao seu trabalho. Assim, só em 1989 conseguiram lançar o seu primeiro disco, “Tocares e cantares tradicionais da Madeira” que numa edição de autor, marcava igualmente a mudança de nome para Xarabanda. Como o próprio nome indica Xarabanda é a junção de Xaramba com banda que teve e tem como objetivo dar uma maior importância, do que até então, à música tradicional da Ilha da Madeira. O título, Xarabanda, associam-se de imediato à música popular.

A década de 90 é a mais profícua para o grupo, tendo sido editados mais dois trabalhos discográficos (“Longe da vista me vai” – 1994 – e “Sete dúzias de mentiras”, em 1997). O grupo criou o primeiro grande festival de música tradicional na Madeira, o “Ao encontro da música popular” que organizado desde 1994, deu lugar ao “Raízes do Atlântico” em 1999 e que ainda se encontra no ativo atualmente em 2012.

Como tal, os temas são passíveis de diferentes interpretações pelo que trabalhamos numa linha de “estilizações heterogéneas” que, julgamos, não desvirtua o material em questão; pelo contrário, enriquece-o, tendo sempre o cuidado de respeitar as características que lhe são próprias.

Membros do grupo:

  • Rui Camacho – Flautas e Percussão
  • João Viveiros – Viola, rajão e coros
  • Roberto Moniz – Viola, Braguinha, Rajão, Viola d’Arame e Voz
  • Roberto Moritz – Bandolim, Braguinha, Rajão, Viola, Viola d’Arame e coros
  • Maria João Caíres – Percussão e Voz
  • Slobodan Sarcevic – Acordeão
  • Filipa Camacho – Percussão e Voz
  • Carlos Figueira – Viola Baixo
  • Duarte Salgado – Percussão

Discografia:

  • Tocares e Cantares Tradicionais, 1988
  • Longe da vista me vai, 1994
  • Sete dúzias de mentiras, 1997
  • Cantigas ao menino Jesus, 2001
  • Quem anda na roda, 2013
  • A Cantar se Contam Histórias, 2019